domingo, novembro 27

BRASÍLIA 50 ANOS

POSTAL DO PLANO


(Paulo de Tarço/Paraibola)


Eu tinha plano de morar no Plano
de estudar no Plano
Era meu plano trabalhar no Plano
 e viver no Plano, olha só meu plano

Mas que lêdo engano o qual não deu pr'eu segurar
Que vida apertada, que vida arredia
Passados os anos tantas lutas tantos planos
Jogaram meus planos na periferia
Jogaram meus planos em Santa Maria

Água, luz, casa e comida
O salário desta vida
Arruinou meu carnaval

Eu vou me embora!
por Nossa Senhora do Cerrado
Me mandem pelo menos um postal
Me mandem pelo menos um postal do Plano




SAUDADES DE BRAXÍLIA

(Nicolas Behr)

 soltar pipa no eixão

 nadar e pescar no paranoá

 comer pastel de queijo na rodoviária

 estacionar no setor comercial sul

voltar da festa a pé, altas horas

 catar gabiroba perto da catedral

 namorar embaixo do bloco

 cruzar a L2 de patins e a W3 de skate

 pegar um grande circular e circular

 de mãos dadas com o banco

 ver estrelas, muitas estrelas

 pescar no riacho fundo,

 que hoje atravesso a pé

 erick volta do parquinho com semente de

 leucena na mão e pergunta: são essas as

 sementes que você colocou na minha


Quatro epitáfios candangos

Aqui jaz
uma cidade planejada e
sonhada e
erguida com concretos
suor e sangue

Aqui jaz
uma cidade- pandora
que libertou todos os males
E desapropriou a verdade
Aqui jaz
uma cidade esquecida
entrequadras
placas
asas e
eixos
Aqui jaz
uma cidade
onde “o prá sempre sempre acaba”
mas o céu azul, a esperança
e a poesia permanecem
inquebrantáveis

valdério costa – Abril/2010


 A SAGA DE BRASÍLIA

Brasília 50 anos. Você nasceu de um sonho.
Quando aqui cheguei, em 1957, deparei-me com você deitada sobre um cerrado florido e um luar sedutor.
Apaixonei-me por você, foi amor à primeira vista.
Como tudo começou:
Homens e máquinas uniram-se neste Planalto Central para que o Brasil tivesse uma nova capital.
No início era difícil, mas não impossível. Com a batida do martelo e o ronco dos tratores o sonho se iniciou.
Os anos foram de luta, mas a luta foi vencida.
Graças aos engenheiros e aos candangos de mãos calejadas.
Hoje você é uma mulher de 50 anos, mas continua bela. Bela e admirada por sua arquitetura moderna, seus palácios e seu traçado genial.
Você está pronta, você está linda!
Mas tudo isso só foi possível graças a um líder chamado Juscelino Kubistchek de Oliveira e seus seguidores, vindos dos quatro cantos do país, para esta nobre missão.
Hoje me sinto feliz. Com seus cabelos brancos pintados pelo tempo, mas com direito a viver ao seu lado, minha querida Brasília.
Você me deu tudo: um lar, esposa, filhos e netos.
Por tudo isso lhe sou grato.
Parabéns Brasília!!!
Brasília, 21 de abril de 2010.

Hélio Miguel – Um candango.



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